quarta-feira, 3 de maio de 2023

Dia 4 - De Zariquiegui à Estella

Distância: 33km (sem contar um desvio de uns 4km para ir na Ermita de Eunate)

O albergue de Zariquiegui é bem pequeno e jantamos praticamente todos juntos. Foi um momento de partilha muito legal onde cada um contou um pouco de sua vida. Antes de dormir, o Tim, um cara da Alemanha, fez uma reserva no Hospital de Peregrinos de Estella. Quer dizer: tinha que tentar chegar lá.

Frágil: essa foi a palavra do dia. Acordei com uma dor cinematográfica no tendão da frente da canela esquerda. Saí pra caminhar já chorando e vendo todo o grupo ir embora na frente, enquanto eu seguia um plano de caminhar bem lento e parar 5 min a cada hora. 

Fui seguindo devagar e logo o sol nasceu, antes mesmo de eu chegar no Alto del Perdón. E fui subindo cheio de pensamentos e medo de não conseguir terminar esta peregrinação. 

Constatei a fragilidade de mim mesmo e como preciso cuidar mais de mim. Fiquei o dia inteiro colocando em prática o plano pra tentar seguir adiante. Finalmente desamarrar os laços superiores da bota de modo que ela não tocasse mais o tendão e tudo ficou melhor.
Vi também a fragilidade dos relacionamentos enquanto todo mundo ia embora e eu ficando pra trás na escuridão. Isso é coisa que se tem que cuidar também.

Mas diante de uma imagem de Nossa Senhora havia uma mensagem dizendo: que você possa procurar Jesus, encontrá-lo e amá-lo. E esse era o dia. Aproveitei que estava todo quebrado e descobri que só com a ajuda dele mesmo eu conseguirei chegar. E fui indo devagarinho no ritmo de festa.
Passei um monte de pueblos, um mais lindo que o outro, fui na Ermita de Eunate e é super legal. E cheguei na metade do caminho que é Puente lá Reina. Essa cidadezinha é sensacional! Cheia de Igrejas com muitos sinais e muitas ruelas cheias de lojas. No final tem a ponte que dá o nome à cidade.

Almocei e segui o bonde de tarde com um calor que chegou a 31 graus. Essa temperatura tá dureza, mas indo devagarinho e parando sempre vai tranquilo. E se a gente anda devagar se percebe mais coisas no caminho. Hoje o cheiro das flores estava muito forte e me consolava um pouco.
No meio do caminho encontrei muitos Peregrinos que haviam ficado comigo no último albergue e também Bruce, logo na chegada de seu destino de hoje, Villatuerta.
Cheguei em Estella quase 6h da tarde mas já tinha reserva no albergue. Assim ficou tudo certo. Esta palavra Estella quer dizer isso na foto: uma pedra que indica o caminho, como essa na entrada da cidade. 
Bem, é isso. Hora de dormir para amanhã acordar e caminhar.

Dia 3 - Zubiri a Zariquiegui

Distância: 31 km

Um belo dia de sol! Saímos antes do sol nascer como de costume. Mais um dia acompanhado pelo Bruce de Arizona. Seguimos descendo perto do rio Arga até o pueblo de Arre, que já é na periferia de Pamplona. Vimos bastante arquitetura muito antiga o tempo todo.

Ficamos procurando algum café para podermos parar um pouco, no entanto o primeiro café aberto que encontramos foi em Arra, quase 10h30 da manhã. Seguimos adiante para Pamplona.
Pamplona é uma cidade muito linda e limpa. Passeamos pelo centro velho, onde comprei um adaptador de tomadas, pois as de aqui são diferentes que as do Canadá.
Depois de sairmos de Pamplona, Paramos em Cizur Menor para descansar os pés pois estava já muito calor e já havíamos andado muito.

Então logo em seguida começa a subida do Alto del Perdón, que é uma colina que vou visitar amanhã, até chegarmos em Zariquiegui. 
Nos recebeu o hospitaleiro Pedro no albergue San Andrés. Um lugar super ajeitadinho. A cidadezinha é linda e charmosa e um ovo, mas tem uma vista legal de Pamplona e dos Pirineus.
Amanhã é dia de tentar chegar à Estella, onde consegui reserva em um Hospital de Peregrinos. É só acordar e caminhar.