Najera - Grañon - 27.7 Km
Realizado - 193.80 Km
Para Santiago - 597,20 Km
Espanha, 14/10/2008 (Terça-feira)
Este foi um dia esperado. Há muito tempo queria estar no refúgio de Grañon, mencionado nos livros que li, pelos amigos que viveram o caminho. Em fim. Não houve decepçao, apenas confirmaçao. O lugar é mágico. O refúgio fica no campanário da Igreja. Durante o percurso caminhei mais sozinha. Preferi, para poder parar de conversar, pensar, explicar. Cheguei a Grañon sozinha. Antes de chegar no povoado, passei por uma cidade chamada São Domingo de La Calzada. Lá percebi que estou com uma alergia nos pés. Cada um fala uma coisa. Encontrei um homem, que trabalhava próximo do local em que estava vendo os pés. Ele logo aproximou-se e me levou no posto médico. Disse-me que seria alergia a produtos químicos que sao utilizados nas lavouras de uva, por onde passei. Não pude consultar, porque não tinha em mãos um documento que tinha que ter trazido da vigilância sanitária. Apesar de ter seguro saúde, não quis acioná-lo, não achei necessário. A pessoa que me ajudou chama-se Joshuá, é um homem do mundo. Disse-me que não tem lugar fixo, mora onde está em lugares onde a estação do ano é o verão. Hoje está na Espanha. Próxima parada na India, no ano que vem na América Latina. Uma pessoa muito diferente, na qual gostei muito de conhecer. Foi muito gentil comigo. Ao chegar em Grañon, conheci novos amigos. Um filandês, um alemão, outro Tcheco, um argentino e muitos outros. Acreditem, consigo me comunicar até em Inglês. Como uma índia, uga, uga, eheheheh, porém me entendem, isso que importa.
Grañon é especial, pq os hospitaleiros conseguem congregar todos os peregrinos através do jantar que eles preparam para todos nós. É um momento de partilha intenso, que iniciou com a vivência da missa, para aqueles que queriam, depois veio o jantar, onde partilhamos, cantamos, rimos, em fim, logo após lavamos a louça todos juntos e por fim terminou com uma oraçao em uma Ermita.
Pela manhã fomos acordados com um belo café da manhã, também preparado por eles. Foi muito especial, conheci Maria, espanhola querida, que caminhou comigo no dia de hoje. Contarei mais na próxima postagem. Reencontrei Tiago e Jualian, porém o caminho de Isidro acabou hoje.
Estou com saudades, amo a todos. Estou muito feliz. O mais legal, é que não importa a dor física, porque o espírito está descansado.