A última etapa antes de chegar a Santiago. Para esta etapa, como ela é longa, a Cris eneu combinamos de nos encontrar no meio do Caminho. Então, eu saí 4h30 da manhã com um céu estrelado para caminhar com a luz da minha lanterna. Estava uma escuridão danada e a floresta cobria o céu de modo que eu não podia mais ver as estrelas. E a estrada ia descendo cada vez mais. Dava um medo danado... parecia que eu estava em um filme de terror!!! Uma hora, de tanto descer, a trilha passou eu um túnel, eu queria morrer de tanto medo... passei alguns pueblos que pareciam ser muito bonitos, especialmente Ribadiso de Abaxo, onde o albergue é na beira do rio e a gente pode até tomar banho. Mas como tudo era de noite, não consegui tirar nenhuma foto.
Mas mesmo as noites mais tenebrosas são sempre vencidas pela aurora. Quando eu entrei em Arzùa começou a clarear o dia. E os primeiros peregrinos foram aparecendo. Eu estava morrendo de fome e não havia nenhum café aberto. Assim, caminhei até Pregontoño onde parei para o café.
Lá encontrei André, o ucraniano que mora em Toronto. Ele estava indo direto para Santiago dizendo que não aguentava mais o caminho e ter que ficar correndo atrás de vagas nos albergues. Talvez nos encontremos em Santiago.
Segui caminhando para encontrar a Cris em A Brea. Ela tomou um taxi e chegou bem antes que eu. Assim, ela seguiu caminhando e nos encontramos em um bar no Pedrouzo. Dali seguimos juntos e a caminhada foi ficando difícil, pois o dia era longo.
Contornamos o aeroporto de Santiago e subimos para Lavacolla, onde encontramos o Mario. Ele é um espanhol que veio para o caminho meio frustrado com a vida, sem esperança na humanidade. Mas a Cris usou a mágica dela com o cara e ele ficou muito feliz, pois ela explicou como ele mesmo pode ser luz e esperança para quem ele encontrar. Foi um momento muito bonito e lá ela deixou a pedrinha que havia recebido em O Cebreiro. Depois fomos nos arrastando até o Monte do Gozo. E chegando lá já avistei as torres da catedral de Santiago e foi muito emocionante.
Fiquei impressionado tambem com a quantidade de peregrinos que não sabe nada sobre este lugar: porque se chama Monte do Gozo (porque é a primeira vez que vemos a catedral), não sabem que podemos avistar as torres, nada.
Mais tarde fui até o monumento dos peregrinos que avistam a catedral e meditei sobre tudo o que passou desde Saint Jean Pied-de-Port até agora e simplesmente posso dizer que sou muito feliz.
Terminamos o dia com a janta, roupa lavada e um bom soninho para amanhã acordar e caminhar 4km até Santiago, com passos firmes de quem sabe onde quer chegar!
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