Astorga - Foncebadón - 27 Km
Realizado - 524,80 Km
Para Santiago - 266,20
Este foi um dia muito especial, pois nesta etapa enfrentaria os perros (cahorros) do caminho. Eheheh. Em muitos livros que li relatavam fatos ocorridos com peregrinos ao se depararem com os cachorros que existiam nesta regiao do caminho. Falei para todos os meus amigos peregrinos sobre meu temor dos perros, entao foi uma expectativa para todos, chegar a Foncebadon. Esteé um pueblo que está ressurgindo. Há muito tempo estava abandonado, apenas restavam ruínas, sendo refúgio apenas para perros sem dono. Entao segui meu caminho de Astorga a Foncebadón, cheia de expectativa e um pouco de temor. Segui sozinha o caminho todo. Nada de perros, a nao ser um sedento por água, quase a beira de sucumbir. O cachorro branco, grande, até bonito, mas descia a ladeira com a língua na pata. Parecia que nao tomava água a dias. Foi um dia feliz pois recebi uma força divina, muito além das minha expectativas. Este dia iniciei com dor de garganta, resfriada, com dores no joelho, quadril e nas bolhas. Pra falar a verdade nao havia um lugar em meu corpo que nao doesse. Estava meio tristonha por estar sola, já começa a andar como um rato (como dizia meu amigo peregrino Máximo), quando comecei a pensar em Jesus. Foi o máximo. Muito especial, pq comecei a contemplar Jesus peregrino, como foi sua vida, seus desafios, em fim. Entao lembrei-me de Jesus sofredor, que nao maldice suas dores, tao pouco suas chagas, que nao se entregou. Foi entao que me ocorreu que em meu seguimento a pessoa de Jesus sempre busquei o Jesus misericordiosos, buscava isso pra mim. Jesus bom, buscava isso pra minha vida. Jesus acolhedor, buscava também ser assim. Em fim, mas nunca busquei viver o Jesus sofredor. Afinal, quem na vida quer sofrer? Foi entao que veio em mim muito forte poder assumir meu sofrimento físico com coragem, sem reclamar, sem esmorecer, mas viver td com coragem. Gente, nao sei explicar, mas quanto mais desejava também seguir a Crsito no sofrimento, mais Ele se manifestava para mim, mais forças tinha, mais rápido caminhava. As dores, a gripe, o desânimo nao mais me impediam de seguir com coragem. Foi um momento muito especial para mim, pq muito mais do que seguir a Cristo naquilo que viveu de bom, o grande desafio é podermos ter coragem de erguer nossas cabeças quando pensamos que nao temos mais forças. É no sofrimento que mais podemos manifestar o Cristo que está em nós. Pode parecer loucura, porém senti-me muito feliz por poder seguir a Cristo em meu pequeno sofrimento, nada comparado ao que Ele viveu, e viveu com muita, muita coragem.
Poder viver a alegria interior mesmo quando nao está bem fisicamente é uma experiência especial.
Deus, obrigada por estar manifestando seu amor todos os dias, em todas as horas e momentos.
terça-feira, 28 de outubro de 2008
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